sábado, 6 de agosto de 2011

As obras sem a fé são obras mortas

Em Tiago 2.14-26 está escrito: "Meus irmãos que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhe disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras, mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Tu crês que há só um Deus? Fazes bem; também os demônios o crêem e estremecem. Mas ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta? Porventura Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que pelas obras, a fé foi aperfeiçoada, e cumpriu-se a Escrituta, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado com justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes, então, que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé. E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários e os despediu por outro caminho? Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem as obras é morta."

O texto trata do problema, sempre presente na igreja, daqueles que professam ter fé no Senhor Jesus Cristo, mas que, ao mesmo tempo, não demonstram pelas obras nenhuma evidência de devoção sincera a Ele e à sua Palavra. A fé salvífica é sempre uma fé viva que não se limita à mera confissão de Cristo como Salvador, mas que também nos leva a obedecê-lo como Senhor. Portanto, a obediência é um aspecto fundamental da fé. Somente quem obedece pode de fato obedecer ao Senhor Jesus Cristo.

Paulo em sua carta aos Romanos diz que: "a fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador é a única condição que Deus requer do pecador, para a salvação." A fé não é somente uma confissão a respeito de Cristo, mas também uma ação dinâmica, que brota do coração do cristão que quer seguir a Cristo como Senhor e Salvador. Paulo enfatiza a fé como o meio pelo qual aceitamos a Cristo como Salvador (Romanos 3.22). Tiago enfatiza o fato de que a verdadeira fé deve ser uma fé ativa, duradoura e que molde nossa própria existência.

A verdadeira fé salvífica é tão vital que não poderá deixar de se expressar por ações, e pela devoção a Jesus Cristo. As obras sem a fé são obras mortas. A fé verdadeira sempre se manifesta em obediência para com Deus e atos compassivos para os necessitados. A fé que deixa de amar e obedecer a Cristo verdadeiramente, de demonstrar interesse genuino pela obra do reino de Deus e de claramente resistir ao pecado e ao mundo não é fé salvífica. A fé salvífica não pode deixar de expressar-se em atos motivados pelo amor.

Tiago objetiva seus ensinos contra os que na igreja professam fé em Cristo e na expiação pelo seu sangue, crendo que isso por si só bastava para a salvação, nem em qualquer outra coisa boa (Tiago 2.14-16,20-24). O único tipo de fé que salva é "a fé que opera por caridade (Gàlatas 5.6).

Não devemos, por outro lado, pensar que mantemos uma fé viva, exclusivamente por nossos próprios esforços. A graça de Deus, o Espírito Santo que em nós habita e a intercessão sacerdotal de Cristo operam em nossa vida, capacitando-nos a obedecer a Deus pela fé, do começo ao fim. Se deixarmos de ser receptivos à graça de Deus e à direção do Espírito Santo, nossa fé sucumbirá.

Deus socorrerá seus santos, fortalecendo seus corações

Em Atos 18.9 e 10 está escrito: "E disse o Senhor, em visão, a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales; porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade".

O versículo 9 revela os sentimentos internos e humanos do apóstolo. A oposição e o ódio a Paulo e ao evangelho estavam aumentando, e ele começava a recear e hesitar quanto à sua permanência em Corinto (confira I Co 2.3). Esses mesmos sentimentos ocorrem às vezes no coração de todos os fiéis de Deus, até mesmo em homens como Elias (I Reis 19.4) e Jeremias (Jr 15.15). Ocorrendo isso, Deus socorrerá seus santos, fortalecendo seus corações. A promessa da sua presença (versículo 10) é suficiente para livrá-los do medo e dar-lhes a certeza e a paz necessárias para cumprirem a vontade de Deus para as suas vidas (vv 10 e 11).
No versículo 10 as palavras de Cristo - PORQUE EU SOU CONTIGO, dirigidas a Paulo, não se referem à sua presença geral em todos os lugares, isto é, sua onipresença (confira Sl 139; Jr 23.23 e 24; At 17.26-28 ). Pelo contrário, referem-se à sua presença específica entre os seus servos. Tal presença de Cristo significa que Ele pessoalmente está ali para nos comuinicar sua vontade, amor e comunhão. Ele está presente entre nós para agir em todas as situações da nossa vida, para abençoar, ajudar, proteger e guiar.
Podemos aprender mais desta verdade de "Cristo conosco", examinando os trechos do AT em que Deus declarou que estava pessoalmente com seus fiéis. Quando Moisés temeu voltar ao Egito, Deus lhe disse: "Eu serei contigo" (Êx 3.12). Quando Josué assumiu a liderança de Israel, depois da morte de Moisés, Deus prometeu: "serei contigo; não te deixarei nem te desampararei" (Js 1.5). E Deus encorajou Israel com estas palavras: "Quando passares pelas águas , estarei contigo ...Não temais, pois, porque estou contigo" (Is 43.2 e 5). No NT, Mateus declara que o propósito da vinda de Jesus ao mundo foi tornar em realidade concreta a presença de Deus entre seu povo. Seu nome é "Emanuel", que significa "Deus conosco" (Mt 1.23). De novo, no fim do seu Evangelho, Mateus registra a promessa que Jesus legou aos seus discípulos: "Eis que eu estou convosco todos os dias" (Mt 28.20). Marcos termina seu evangelho com as palavras: "E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor" (Mc 16.20).