“E, ouvindo que era Jesus, o Nazareno pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi,
tem compaixão de mim! (...), Parou Jesus e disse: ‘Chamai-o. Chamaram, então, o
cego, dizendo tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama” (São Marcos 10:47 e
49)
Essa é uma das histórias mais linda do Novo
Testamento. O encontro entre o mendigo Bartimeu com Nosso Senhor Jesus
Cristo. Esse encontro nasceu não porque Bartimeu fosse um político famoso, um
homem rico, intelectual ou uma pessoa influente na sociedade de seus
dias.
Esse encontro nasceu por causa do desespero
humano, por causa de um coração quebrado, ferido, magoado, esfiapado que
necessitava ser tocado, amado e compreendido diante da exclusão social que
minimiza o indivíduo deixando seu mundo fragmentado.
O homem este
ser inquietante, necessita de encontros duradouros que possam banhar a
sua alma e saciar o seu espírito e nesse pluralismo religioso em que o ser
humano está situado como num labirinto da fé, o único que tem autoridade para
vasculhar o lugar mais íntimo do homem é Jesus Cristo. Pois ele é o autor da
vida e nos dá vida com abundância.
É verdade que o frenesi dos
nossos dias e a agitação contemporânea tem desmarcado os nossos
encontros com Deus. O cidadão pós-moderno não tem mais tempo para os encontros
íntimos com Deus. Essa realidade autônoma no ponto de vista teológico é a causa
das barbáries, da solidão, do vazio existencial, da crise do ser, da depressão,
do esvair da vida e do distanciamento do finito com o
infinito.
Quando olhamos para a palavra de Deus,
percebemos que a Bíblia é um livro que mostra de maneira farta os encontros
entre o Deus Todo Poderoso e o homem finito. O Evangelho de São João mostra a
praticidade dos encontros de Cristo. “O Verbo da Vida”, com os homens que
precisam da verdadeira vida.
Todas essas pessoas que se encontraram com
Jesus foram tocados por sua candura e foram transformadas. O servo do senhor do
passado disse: “Mi-nha pobreza se encontra com a tua rique-za e
assim, em ti, tenho tudo”.
Bartimeu vem mostrar para nós,
cristãos pós-modernos, a grande importância de termos encontros com Cristo.
A proposta de Bar-timeu é que nós venhamos a trocar os nossos
encontros instantâneos de cu-nho religiosos frios e mecanizados,
herdei-ros de uma tradição letal, pelos encontros duradouros, relacionais, que
marcam a nossa vida, dando sentido à nossa pró-pria existência, que é glorificar
a Deus e conhecê-lo.
Ele nos lembra também que eu e você
precisamos de encontros profundos com Deus, através de Cristo. Quando
falo de encontros, tenho em mente dois cami-nhos: O primeiro é o encontro para
acei-tar a Cristo como o único salvador dos homens, que não precisa de
interme-diário, pois sua obra na cruz foi perfeita e agradou a Deus. O segundo é
o encontro para conhecer a Cristo. Sem esses dois requisitos, o homem não pode
ter um en-contro real com Deus. Ele pode produzir, em nome do pluralismo
religioso, pseu-do-encontros para desencargos de
cons-ciência.
Mas ele mesmo sabe que isso não preenche o buraco
na alma. Por isso, estamos contemplando um mundo que está a cada dia
fundamentado no entretenimento como forma de esquecimento. O período que estamos
vivendo tem dado valor para os encontros, e muitos desses encontros têm o seu
nascedouro no interesse carnal. É o moço que se encontra com a moça com
interesse sexual – “usou joga fora”.
São os encontros políticos,
encontros ideológicos e por aí vai. As pessoas gostam de marcar
encontros, seja com a família, com a namorada, com a turma de amigos etc.
Todavia, quando falamos de um encontro com Cristo, as pessoas são tardias em
responder, muita delas debocham, outras acham que isso é “para velho”, outras
usam o campo do fanatismo como prova do seu desinteresse por Jesus
Cristo.
Ter encontros com Cristo não é só advogar que
você crê nele, mas é andar com Ele. É também amá-lo de todo o coração e
segui-lo, como fez Bartimeu estrada afora, vivendo uma vida de intimidade com o
Todo Poderoso. Isso não é fanatismo, mas realismo. Encontrar com Cristo e ser
encontrado por ele é o maior legado que Deus deixou para o homem.
Feliz foi Bartimeu em ser encontrado
por Cristo na velha estrada empoeirada de Jericó. Foi ali no lugar
menos esperado que sua vida foi transformada e ele entrou para história bíblica
mostrando que a lógica divina e diferente da lógica humana.
In
omnibus glorifecetur Deus“Seja Deus glorificado em todas as
coisas”
Pastor Carlos Augusto Lopes
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