sábado, 7 de março de 2009

A fé sem as obras nunca poderão estar separadas

Em Tiago 2.14-26 está escrito: "Meus irmãos que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morte em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o crêem e estremecem. Mas ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta? Porventura Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que pelas obras, a fé foi aperfeiçoada, e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado com justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes, então, que o homem é também justificado pelas obras e não somente pela fé. E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários e os despediu por outro caminho? Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem as obras é morta."

O texto trata do problema, sempre presente na igreja, daqueles que professam ter fé no Senhor Jesus Cristo, mas que, ao mesmo tempo, não demonstram pelas obras nenhuma evidência de devoção sincera a Ele e à sua Palavra. A fé salvífica é sempre uma fé viva que não se limita à mera confissão de Cristo como Salvador, mas que também nos leva a obedecê-lo como Senhor. Portanto, a obediência é um aspecto fundamental da fé. Somente quem obedece pode de fato obedecer ao Senhor Jesus Cristo.
Paulo em sua carta aos Romanos diz que: "a fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador é a única condição que Deus requer do pecador, para a salvação". A fé não é somente uma confissão a respeito de Cristo, mas também uma ação dinâmica, que brota do coração do cristão que quer seguir a Cristo como Salvador (Romanos 3.22). Tiago enfatiza o fato de que a verdadeira fé deve ser uma fé ativa, duradoura e que molde nossa própria existência.
A verdadeira fé salvífica é tão vital que não poderá deixar de se expressar por ações, e pela devoção a Jesus Cristo. As obras sem a fé são mortas. A fé verdadeira sempre se manifesta em obediência para com Deus e atos compassivos para os necessitados. A fé que deixa de ama e obedecer a Cristo verdadeiramente, de demonstrar interesse genuino pela obra do Reino de Deus e de claramente resistir ao pecado e ao mundo não é fé salvífica. A fé salvífica não pode deixar de expressar-se em atos motivados pelo amor.
Tiago objetiva seus ensinos contra os que na igreja professam fé em Cristo e na expiação pelo seu sangue, crendo que isso por si só bastava para a salvação. Eles também achavam que não era essencial no relacionamento com Cristo a obedecer-lhe como Senhor. Tiago diz que semelhante fé é morta e que não resultará em salvação, nem em qualquer outra coisa boa. (Tiago 2.14-16, 20-24). O único tipo de fé que salva é "a fé que opera por caridade" (Gálatas 5.6).
Não devemos, por outro lado, pensar que mantemos uma fé viva, exclusivamente por nossos próprios esforços. A graça de Deus, o Espírito Santo que em nós habita e a intercessão sacerdotal de Cristo operam em nossa vida, capacitando-nos a obedecer a Deus pela fé, do começo ao fim. Se deixarmos de ser receptivos à graça de Deus e à direção do Espíorito Santo, nossa fé sucumbirá.

Pr. Lauro Cabral

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