domingo, 10 de agosto de 2008

BENDITO ÓDIO

A Bíblia nos diz que a maior virtude é o amor. Mas não é a única. O ódio também é virtude. A aparente incoerência nesta afirmação pode ser facilmente esclarecida desta forma: o amor é virtude somente quando dirigido àquilo que Deus (o amor e fonte de todo amor) ama. Amar o que Deus não ama não é virtude. Da mesma forma, o ódio, geralmente tido como negativo na personalidade humana, também é virtude quando dirigido àquilo que Deus odeia.
Pois Deus odeia. A Bíblia diz: "Ao que ama a violência, a sua alma o abomina" (Sl 11.5). Em Provérbios 6.16-19 lemos: "Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos". Novamente, em Provérbios 12.22, lemos: "Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor". Deus também odeia falsas religiões, e considera todas as religiões como falsas, exceto aquela cujo culto é dirigido somente a Ele, e somente realizado da maneira como Ele quer. Deus disse que odeia as obras dos nicolítas (Ap 2.6), um movimento dentro da igreja que estava promovendo a separação entre os leigos e o clero, agora tão evidente na Igreja Romana. Jesus Cristo demonstrou seu repúdio total à perversão do culto no templo, que se havia tornado em lugar de comércio, virando as mesas dos cambistas e expulsando os comerciantes do pátio do templo. Censurou os fariseus por sua hipocrisia usando termos como serpentes, raça de víboras, sepulcros caiados. Sim, Deus odeia profundamente o mal e quer que nós o odiemos também. A igreja de Éfeso foi elogiada por odiar as obras dos nicolaítas (Ap 2.6), e Josafá foi censurado por Deus por amar os inimigos do Senhor (2 Cr 19.2), no sentido de identificar-se com eles e ajudá-los nas suas obras más (2 Cr 18.3).
Vivemos dias em que os valores estão se invertendo. O homem expressa amor ao que devia odiar, e falta-lhe amor ao que devia amar. "Os homens amaram mais as trevas do que a luz" (Jo 3.19), e são "mais amigos dos prazeres que amigos de Deus" (2 Tm 3.4). O prazer sensual, o amor ao dinheiro, o amor a si mesmo, parecem ter tomado, quase na sua totalidade, o lugar do amor a Deus, à santidade, à pureza, à virtude e ao próximo. Deus nos exorta a repudiar o pecado, sim, literalmente odiar o pecado. O amor não pode ser expresso sem discernimento. A Bíblia diz que o amor deve aumentar mais e mais "em pleno conhecimento e toda a percepção" (Fp 1.9). Sem esse conhecimento e essa percepção o amor não é virtude.
A respeito de Jesus Cristo foi dito: "Amaste a justiça e odiaste a iniquinidade; por isso, Deus o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria" (Hb 1;9). À medida que mantivermos esse equilíbrio em nossas vidas, de amar a justiça, a verdade, o certo, o honesto, o puro e santo e odiarmos a iniquidade ou qualquer coisa que não agrade ao nosso Senhor, nós também seremos "ungidos com o óleo de alegria! pelo Deus que ama o bem e odeia o mal.
NOTA: Texto extraído do livro (CATUCANDO - O que as igrejas toleram e a Bíblia reprova, Haroldo Reimer - Actual Edições, 2002).

2 comentários:

Unknown disse...

Olá Lauro Legal o texto, só que fiquei com algumas dúvidas.
Por ex: “Deus também odeia falsas religiões, e considera todas as religiões como falsas, exceto aquela cujo culto é dirigido somente a Ele, e somente realizado da maneira como Ele quer.”
“Deus odeia profundamente o mal e quer que nós o odiemos também. A igreja de Éfeso foi elogiada por odiar os nicolaítas (Ap 2.6), e Josafá foi censurado por Deus por amar os inimigos do Senhor (2 Cr 19.2), no sentido de identificar-se com eles e ajudá-los nas suas obras más (2 Cr 18.3).”
Perdoe minha ignorância pois não compreendo como pode Deus odiar, acho que o ódio está pra nós humanos imperfeitos, tanto é que concordo plenamente nessa parte do texto que diz: “Vivemos dias em que os valores estão se invertendo. O homem expressa amor ao que devia odiar, e falta-lhe amor ao que devia amar. "Os homens amaram mais as trevas do que a luz" (Jo 3.19), e são "mais amigos dos prazeres que amigos de Deus" (2 Tm 3.4). O prazer sensual, o amor ao dinheiro, o amor a si mesmo, parecem ter tomado, quase na sua totalidade, o lugar do amor a Deus, à santidade, à pureza, à virtude e ao próximo.”

Estamos com saudades esperamos em breve sua presença por aqui...
Abraços do seu sobrinho Jeandro. Muita Paz!

Anônimo disse...

A MAIOR VIRTUDE É A PACIÊNCIA...